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             A VIDA TE PROVOCA?


            Depois de uma grande enchente, o leão viu-se cercado por um rio e ficou sem saber como escaparia dali. Ele só tinha duas opções: atravessar o rio ou morrer. Nadar não era seu forte, mas mesmo assim mergulhou na água e iniciou sua travessia. Não deu certo. Exausto, depois de lutar ferozmente contra a correnteza, resolveu descansar.
            Foi quando o rio disse:
            - Jamais lute com um inimigo que não existe. Eu não sou seu inimigo!
            Ao ouvir isso, o leão caiu em si e começou a estudar as características do rio. Logo achou um ponto onde a correnteza empurrava rumo à margem oposta. Ele tinha de usar a correnteza a seu favor e não contra.  Assim, mergulhou novamente na água e desta vez conseguiu boiar até a outra margem.

        APRENDENDO COM AS DIFICULDADES

          Aprender  a   tocar  um  instrumento  musical  requer  tempo  e  dedicação.  Durante  este  processo   o estudante irá  passar, e  terá  que  superar  várias  fases que terão duração diferenciadas conforme o seu interesse e motivação. O que ocorre é que é preciso deixar de valorizar apenas as dificuldades e o inatingível.
           Por  exemplo o violão é um instrumento que no começo você sente dores nos dedos, as notas não saem como  você  quer. E  ai  vem  aquele  pensamento  “eu nunca vou conseguir,  é  muito  para minha cabeça, é muito difícil”. Vendo  de  um  outro  ponto  de vista, está  é  uma ótima oportunidade para você desenvolver sua força de vontade de superar desafios, e ser resiliente. O que é resiliência?
           Esta qualidade,  faz de  nós  pessoas  muito especiais. É uma  palavra  muito  usada hoje em dia, mas pouco conhecida e que faz a diferença tanto no processo de aprendizado musical como na vida.
          O conceito vem da física: é a propriedade que alguns materiais apresentam de voltar ao normal depois
de submetidos à máxima tensão, como as fibras  de  um tapete de náilon ou mesmo o amortecedor de um carro. A psicologia  tomou  emprestada essa  imagem para  explicar a capacidade de lidar com problemas, superá-los e até de se deixar transformar por adversidades.
          Os especialistas  em  comportamento  começaram  a estudar o  tema,  quando  se colocaram diante da
interrogação: por que - em  comunidades  atingidas  por enchentes, terremotos, perseguições  raciais,  violência e guerras - algumas  pessoas  se  saem bem e outras não? E na  minha prática como educador questiono, por que tem alunos  que desenvolvem  mais  na aula de música, e outros que colocam vários obstáculos pela frente, desistindo ou desencorajando de estudar um  instrumento musical?
           Recuperar-se de um  tombo não é  uma tarefa das mais fáceis, devemos concordar. Não é todo mundo que consegue “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima” com tanta destreza como na música do Vanzolini. Muitas vezes, quando caímos (por qualquer motivo que seja: o fim de um relacionamento, a perda de um emprego, um acidente ou até mesmo a pressão do dia-a-dia), tendemos a ficar  estatelados  no chão  sem saber direito como levantar e seguir adiante.
           Mas existem algumas pessoas que conseguem  tirar de letra as  dificuldades e passar pelos problemas
numa boa, tanto na aula de música como na vida. Mesmo quando tudo parece conspirar negativamente, estampam o sorriso no rosto e seguem em frente. Coisas  horríveis  acontecem  a  elas,  mas  estão sempre bem, obrigado. Se mostram “vacinadas” para enfrentar a próxima etapa.
            Até  os  anos 90, os estudiosos defendiam que a habilidade para  administrar conflitos era inata, como um dom. A partir daí, comprovaram que o homem pode, sim, desenvolver  capacidade de se recuperar e de crescer em meio a sucessivos problemas. A pessoa que é  resiliente consegue emergir mais forte das dificuldades.  Encara as adversidades como oportunidade de mostrar e aprimorar sua competência, seu entusiasmo, e encontra soluções criativas e determinadas para se levantar do chão. E vamos combinar, não é isto que precisamos para desenvolver?
             Mas devem ser poucas as pessoas resilientes, não? Afinal, ser tão positivo e flexível assim não é  para qualquer um, certo? Errado. Afinal, todo mundo tem um grau de resiliência, por menor que seja. E podemos,  sim, aprimorá-lo. Claro que algumas pessoas nascem mais aptas que outras a aceitar as  adversidades, como  pensaram os primeiros estudiosos, mas isso não o impede de se tornar uma pessoa mais capaz de superar os problemas com maior facilidade, numa boa.
              Aprendemos  com  isto  que  o  nosso caminho, está cheio  de  experiências, e  muitas delas   tomam  a forma de dificuldades. Na verdade  estas  são  oportunidades  para  gente exercitar, e encontrar  saídas  e  soluções criativas para os  desafios de vida. E  desta forma desenvolver  características  como a  curiosidade, o bom humor, a determinação e criatividade.
               Talvez a mais essencial  delas seja querer seguir em frente. “Quando você decide não desistir, o simples fato de continuar no jogo, abre portas e opções inimagináveis”.

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  • Edição de Julho de 2010 nº 19 - Timidez
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